Depois de falar sobre transição vítrea de chicletes no cabelo, de potinhos que se quebram no congelador e de passar roupa com vapor, vamos falar sobre adesão de selos que a gente lambe! Os selos antigamente eram feitos com adesivos derivados de gomas naturais e de amido, mas eles degradavam com o tempo e auxiliavam na deterioração do papel usado no selo. Hoje usa-se goma arábica (retirada do exudado de uma árvore chamada acácia) ou álcool polivinílico (PVA), com a adição de alguns auxiliares. Mas para que precisamos lamber os selos?
Os polímeros usados nas costas do selo são polímeros com bastante afinidade com água, e portanto permitem que a água permeie pelo polímero, exercendo o efeito de plastificação exposto nos posts anteriores.
Representação da unidade repetitiva do álcool polivinílico. |
Cristais de goma arábica, extraído de exudado de acácias. |
Após lamber o selo, a umidade da língua permeia pelo polímero nas costas do selo, exercendo efeito plastificante (leia aqui o post sobre isso) e tornando o adesivo do selo mais flexível. Aí vem o truque: ao apertar o selo contra o papel do envelope, a camada de adesivo polimérico, por ter ganho flexibilidade com a água da saliva, permeia pelas camadas superiores do papel do envelope, aderindo nele e mantendo o selo grudado, mesmo depois de seco.
Abaixo segue uma piadinha infame sobre selos e cuspe que achei na internet... :)
"Eles fizeram um recall daquela série de selos de advogados famosos... As pessoas estavam cuspindo do lado errado." |
Bom, muito bom! Pode continuar!
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